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Tlahuelpuchi




No ano de 1521 da era cristã, o sangue corria pelas ruas de Tenochtitlán, a capital do Império Asteca. Os espanhóis cercavam a cidade com fogo e ferro, cumprindo uma antiga profecia que selava o destino dos astecas. No ano 1 caña (1519 na era cristã, e o ano em que, por acaso, os espanhóis chegaram às costas mexicanas), viria do leste um homem que traria a ruína aos povos mesoamericanos. Foi o que pensou Moctezuma, o imperador asteca, ao ver Hernán Cortés e seus homens. Enganado pela aparência dos europeus, Moctezuma lhes ofereceu ouro e honras, gesto que resultou na sua morte e na submissão de sua língua, cultura e religião. Assim, as crenças nativas foram arrancadas pelas raízes e substituídas pelas cristãs, mas não todas.

Entre muitos dos habitantes da nova colônia espanhola, um horror ancestral persistiu por séculos. A tradição oral indígena falava de algumas mulheres abomináveis que precisavam beber sangue humano para sobreviver, mulheres que praticavam rituais xamânicos e tinham o poder de mudar sua forma, ou seja, eram nahuas. Elas podiam se transformar em animais, em névoa ou em luzes. Os nativos daquela região as chamavam de tlahuelpuchi.

As tlahuelpuchi eram geralmente mulheres jovens e belas. Elas podiam alterar sua aparência para que pudessem vagar pela noite sem serem percebidas. Elas podiam também se teletransportar de um lugar para outro. As tlahuelpuchi eram temidas porque podiam matar suas vítimas com um simples toque. Elas também podiam se metamorfosear em animais, como morcegos, gatos ou cobras. As tlahuelpuchi eram uma parte importante da mitologia asteca. Elas eram vistas como uma força do mal que perturbava a paz e a ordem da sociedade. Os astecas faziam oferendas aos deuses para apaziguar as tlahuelpuchi e para proteger sua comunidade contra seus ataques.

A crença nas tlahuelpuchi sobreviveu à conquista espanhola e ainda existe hoje em dia entre alguns povos indígenas do México. As tlahuelpuchi são vistas como uma força do mal que deve ser temida e evitada.




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