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Papiro de Anana





 Do papiro de Anana, vizir e escriba do faraó Sethi II (1320 A.C.).

Onde a doutrina da reencarnação é exposta de maneira

perfeitamente explícita.


Vede! Não está escrito neste rolo?

Lede, vós que encontrais nos dias por nascer, se vossos deuses vos derem a inteligência!

Lede, ó crianças do futuro e aprendei os segredos deste passado, que para vós está tão

distante e que está entretanto, tão próximo!

Os homens não vivem somente uma vez, partindo em seguida para sempre. Eles vivem

numerosas vezes, e em numerosos lugares, embora não seja sempre neste mundo.Entre

duas vidas, há um véu de obscuridade.A porta abrir-se-á no fim e nos mostrará todas as

câmaras que nossos passos atravessaram desde o começo.

Nossa religião nos ensina que nós vivemos eternamente. Ora, a eternidade, não tendo

absolutamente fim, não pode ter começo; é um círculo. Porque se (um) é verdadeiro, isto é,

que nós vivemos para sempre, parece-nos que o (outro) também é verdadeiro: que nós

sempre vivemos.

Nos tempos antigos, antes que os Sacerdotes tivessem condensado os

pensamentos do homem em blocos de pedra e que eles tivessem construído

templos para mil deuses, muitos tinham este raciocínio por justo, como

eles sabiam que não havia senão um só Deus. Aos olhos do homem, Deus tem

muitos rostos e cada um jura que aquele que ele vê é o único verdadeiro

Deus. Entretanto eles estão errados, por que todos eles estão corretos.

Nosso Ka, que são nossos Nós Espirituais, nos mostram cada um de uma

maneira diferente. Recorrendo à eterna fonte de sabedoria que está oculta

no ser de todo homem, eles nos dão lampejos da verdade, como nos dão a nós

que somos instruídos do poder de operar maravilhas. O espírito não deve

ser julgado segundo o corpo, nem o deus segundo sua casa.

Entre os das duas terras, o escaravelho é um deus, mas um emblema do

criador, porque ele rola uma bola de excremento entre duas patas e aí

deposita seus ovos para que eles se rompam, como o criador rola o mundo

inteiro de nós e lhe faz produzir a vida. Minha fé me ensina que a vida

não termina com a morte e que por conseguinte o amor, sendo a alma da

vida, deve necessariamente durar o longo tempo que ela dura. A força deste

laço invisível continuará a unir juntas duas almas por longo tempo após

que o mundo esteja morto.

Se vós perdeis um ente querido, tomai coragem; a morte é a nutriz que o

conduz a dormir, nada mais, e de manhã ele despertará de novo para viajar

através de um outro dia com aqueles que velaram por ele com compaixão

desde o começo.

A Eternidade não tem um fim, logo não tem começo.

A Eternidade é, pois, um círculo.

Se nós vivemos, nós devemos continuar para sempre e se nós continuamos

para sempre como o círculo e como a Eternidade, o homem não teve começo.

O homem vem à existência numerosas vezes; entretanto, ele não sabe nada de

suas vidas passadas, a não ser que, ocasionalmente, um sonho ou um

pensamento o conduz a alguma circunstância de uma encarnação precedente.

Mas ele não pode lembrar-se quando, nem onde este acontecimento se

produziu. Ele conhece somente alguma coisa de familiar. No fim, portanto,

todas as suas vidas passadas despertarão nele. As almas que se conhece em

uma encarnação, encontrar-se-ão talvez em uma outra encarnação, atraídos

um para o outro; mas por qual razão, todos dois o ignorarão.

Vede! Foi escrito neste rolo de papiro!

Lede, vós que o encontrais nos dias por nascer, se vossos deuses vos derem

a inteligência!

São dos deuses os únicos responsáveis por este conhecimento e pelo meu

próprio deus estou reproduzindo meu próprio conhecimento.

Um dia aquela alma lerá e sua inteligência despertará e todos sairemos à

luz. Pois sabemos que só existe um único e verdadeiro deus entre todos os

deuses e este somos Nós.

O Grande Tum (A Casa de Toda a Vida) reunirá cada um deles em um e todos

sairemos à Luz.

Lede ainda, ó alma de criança, que todas as palavras são fórmulas para o

teu despertar.

Quando tiveres nascido a morte não mais existirá, uma vez que a Eternidade

é uma constante.

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